Passemos agora às funções harmónicas destes acordes.
Estas funções acontecem não só pelos intervalos internos do acorde (espaço entre as notas que o constituem) mas também pelos acordes que precedem ou sucedem um certo acorde, criando movimento.
Existem três grandes grupos de funções harmónicas: tónica, dominante e subdominante.
Os acordes que melhor representam estas funções são o primeiro (tónica), quarto (subdominante) e quinto (dominante). Os restantes acordes também podem ser incluídos nestas categorias.
Função harmónica / Grau do acorde / exemplos em Dó maior
Tónica | I, iii, vi | C, Em, Am
Dominante | V, viiº | G, Bdim
Subdominante | ii, IV | F, Dm
A tónica transmite a ideia de conclusão, de descanso. É portanto um acorde estável.
A dominante transmite uma sensação de tensão, que apela fortemente a uma resolução na tónica.
A subdominante fica algures entre as anteriores funções, pois não é nem inteiramente estável como a tónica, nem dá uma sensação de tensão tão alta como a dominante.
Daí que a progressão I - IV - V seja tão importante, porque apresenta os acordes que melhor transmitem as funções harmónicas indicadas, caminhando do máximo de estabilidade possível para a tensão mais forte.
Como os restantes acordes se inserem nas categorias indicadas na tabela, podem ser usados como substitutos harmónicos. A função do acorde não se perde, mas as notas presentes que se modificam podem trazer novas cores à progressão.
Podemos observar que este enquadramento das funções harmónicas passa também pela partilha de notas em comum com os acordes das respectivas famílias:
Funcão harmónica | Outros acordes e notas em comum
Tónica: C (C E G) | Em (E G B), Am (A C E)
Dominante: G (G B D) | Bdim (B D F)
Subdominante: F (F A C) | Dm (D F A)
Em qualquer dos casos, a terceira nota é sempre uma nota em comum entre acordes com as mesmas funções.
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